domingo, 3 de agosto de 2008

Semblante em Pétalas




Abri a porta apenas para te dar o primeiro beijo
Sei que esta será a última noite, mas é assim que tem que ser
Queria que o tempo parasse ou que esta noite se estendesse por alguns séculos
Mas, vai ser assim, algumas horas para olhar e guardar na memória
Já nem percebo o frio que faz lá fora, e o cobertor que cai a meus pés
Só te olhar é o que me interessa, reparar cada detalhe de seu corpo e alma

Esse sorriso de canto de boca ao me ver acordado, esse franzir de testa ao bocejar
São detalhes gigantescos para momentos únicos que assim serão guardados
Numa dessas caixinhas de carne pulsante, que guardamos do lado esquerdo
Suas frases mais complexas, suas queixas descabidas, seus momentos sinceros
São parte daquilo que chamo vida, e assim permanece sem discutir
Não consigo pensar de maneira contrária por tamanha pureza de pétala que vejo
Cada póro de sua bela pele me faz sentir o perfume de um jardim imenso com as mais perfeitas flores

Isso não e uma declaração de amor, ou revelação de sentimentos, já que tamanho devaneio não procede
Simplesmente é uma carta para alguém que não existe ou sequer nasceu
Ainda pode ser que seja apenas uma lembrança e mistura de memórias já esquecidas por esse pobre coração rasgado
De certa forma ainda faz bem pensar que podem existir comédias romanticas verdadeiras, você acredita nisso, meu amor?