quinta-feira, 9 de outubro de 2008

RJ e as saudades do RJ


Entre os quases, quase me perdi mais uma vez...
Entre claras, carlas, camilas e cleonices me joguei
Pensei por tantas vezes acreditar no que seria bom
Talvez só o egoísmo forçou pra guardar pra mim
Sinto saudade de todas as coisas boas que vivemos
Sinto saudade, da saudade que saudosamente me incomodava
Assim, eu dormia mais sereno, com os olhos densos, mas feliz

Os caminhos que levam ao Rio, são tão estreitos que me tiraram sangue
Sangue que sangra a alma, parva e lúcida, pronta pra sair e tocar o abstrato
Mas, mesmo assim, as luvas usadas na cirurgia do curar-se tornam-se brancas
Ao concentrar-se nas impávidas névoas que se dissipam ao pôr-do-sol

E é nessa prosa, que a minha língua entrosa,
sem termos, rimas, pares
Arcos, pontes, bondes, ases
Taxis, metrôs, onibus e caminhadas
Vans, bondes, leitos e jornadas
Sobrevivi com marcas e cicatrizes
Dores, lembranças e matizes
Onde os tons claros e puros
Tornaram a pintura mais nítida


RJ sai do RJ


23/02/08

Caminho Escuro


A cada segundo sinto minha insignificância para o universo!
Muitas coisas dando errado, tentativas de melhora, cada vez piores
Fantasmas do passado que pensei ter vencido, batem no meu rosto e me fazem sangrar
Decepção em massa, fracassos recontados, esquecimento social
Sou verme, germe, bactéria digerida bruscamente
Esperava o mínimo da minha vida social, e o máximo de negação foi meu fruto

Me joguei ao vento e todas as vezes a queda foi brusca
As marcas atrapalham meu andar, minhas pernas parecem carbonizadas pelo desprezo

Assim me jogo ao chão, apago a luz, e deixo o pranto tomar posse disso que eu chamo de corpo
Somente o egoísmo vai me salvar, não tenho outra opção... quem se importa?
Cada um está ocupado, buscando sua própria satisfação, e interesses, sendo assim dessa forma hipócrita, prefiro buscar meu próprio caminho escuro
Onde me protegerei de tudo e todos, dentro de minha bolha ninguém poderá me atingir, e assim não serei feliz, mas pelo menos evitarei muito sofrimento
O sofrimento social, o sofrimento das relações humanas, a espada da solidão, o prazer de ser esquecido, e ignorado!
E ao sair, por favor, mantenha a porta fechada!!!

11/01/08

Noites...


Os minutos escorrem do relógio que insiste em marcar meia noite
A porta fecha, a luz se apaga e tudo fica escuro por aqui
As gotas no canto direito da janela molham minhas frases de amor esquecidas
O travesseiro espeta meus olhos que continuam a ver a mesma imagem

Levanto e corro para a janela, pensei que fosse ela, mas lá não está
Abro a porta, suo frio e o não encontro calor melhor no momento
Me escondo debaixo da cama, com minhas lágrimas secas de sangue
Minhas mãos já não tem forças para se espremer de raiva

A princesa da noite vai embora e leva consigo meus presentes
Estes que guardados estavam para alguém especial que não existe
Que petulância ficar esperando por algo que é impossível!!!
Faço o possível para esticar os dias, contar as horas e assim seguir por esse caminho sem fim.

E já não há mais confiança aqui!


04/01/08

Entre a esperança de acreditar e o medo de errar de novo!

E eu que quis sorrir apenas mais uma vez, antes de chorar amargamente
As lembranças que se contorceram no travesseiro eram escuras e doces
Me levaram pra um tempo que não existiu, só pra mim e pra você
Talvez meu otimismo acabou com toda esperança de novidade,
Ou simplesmente me recriou e me deu forças pra última tacada
Ainda assim, tudo continuou parvo e lúcido, gélido e escamoso
Como os ladrilhos da parede que olhava na última noite


De repente ainda era pra ser assim, ninguém me mandou resposta ainda!

Só pensamentos...


As probabilidades me enganam e me fazem quase acreditar
Que ainda é possível, que é uma verdade amar!
De um jeito ou de outro não consegui parar
Pra te dizer tudo o que estava a pensar.

Então a rima se quebra e já não é verdade
Que tudo o que parece é que pode ser
Se não te tenho, como vou sorrir e cantar?

Só me resta caminhar novamente, buscando rumo, conforto
Um lugar para repousar o angustiante coração que insiste em se iludir
E querem quem não o quer, de uma maneira estranha e complexa!

Mas, já outro dia, e as palavras jogadas do dia anterior se esvanecem
E busco pela janela uma nova luz para enxergar a realidade
Assim, seja mais fácil apagar o que ficou

Não, não espero uma carta, ou retribuição, sei que não é do seu tipo
Esse entrecortar das cortinas me deixaram mais tonto que absinto
Só mais um gole, e já estarei pronto!
02/01/08

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Até queria...

Queria ter alguém pra brigar comigo,
Pra me ligar na hora errada
Queria alguém que me perguntasse coisas
Mesmo sabendo da resposta
Queria alguém que consertasse minha gola
E pedisse para apertar o botão do vestido
Queria alguém para dividir comigo um lanche
Mesmo que fosse só um x-salada
Queria o calor, queria o aconchego
De alguém que no dia seguinte me atendesse
E dissesse que queria ouvir a minha voz
E que seria mais feliz pensando em nós

Queria alguém que me quisesse todo dia
E respondesse meus scraps
Queria alguém que me mandasse mensagem
Só pra saber o que eu iria almoçar
Queria alguém que teimasse comigo
Mesmo eu sabendo estar errado
Queria alguém pra aceitar meus presentes
E me fazer acreditar que isso é bom
Queria o olhar, a sinceridade
De alguém que eu pudesse confiar
E me falasse de seu dia corrido e difícil
E que queria que este dia terminasse comigo...