terça-feira, 18 de maio de 2010

Solidão Biográfica

Sempre quis acreditar num grande amor
E o medo que o impedia de lutar
A insegurança que o fazia vacilar.

Antes que acabe o dia ela vai voltar
Mas, talvez ainda é cedo pra uma nova tentativa
E certos rumos que a vida vai levar e não vacila.

A cada segundo a flor se fecha um pouco mais
O frio que a cerca só restringe
A forma fica um pouco irregular

Ele só queria amar e fazê-la feliz
Mas, o tempo muda, a vida corre e o destino não quis
Fez criar esta resoluta mutação que não muda, nem se deixa
Não transpassa, nem se joga para voar, mesmo que a noite fria vá passar.

Tão isolado, vaso, barro pronto, que endurece e não parece endireitar
Tão ferido, e espinhoso, a cicatriz que não se cura e com ela as dores voltarão.

Na inocência de crer no amor, o mundo parece tão sujo e sem um pingo de pudor
Que de olhar causa náuseas, horror, pela inveja que destrói a esperança alimentada pela cobiça
Talvez por migalhas que a tantos vê sobrar, querendo um pouco do banquete salutar
Mas, no fim, não passaria de alegoria, um objeto qualquer, sem a essência do ente que é desejado
E do sentimento que não vive...