Passamos a vida escolhendo as coisas como nos aprazem
De tal maneira que quando fogem do controle o escuro toma conta da visão
O equilibrio da ânsia do querer e a força para realizar quase sempre é desigual
Os dias vão correndo ligeiro, coisas acontecem, e nem tudo se acerta
Vamos deixando pra depois os problemas a serem resolvidos
Falta coragem de tomar aquele assunto pendente, ficando somente os espinhos
No final das contas é ruim para todos os lados, principalmente para quem tenta mascarar o que se passa
De fato, uma hora o balão enche, e explode, aumentando ainda mais a dor seguinte
Eles só queriam ter mais coragem para resolver dois, ou três assuntos pendentes que carregam pelas noites
Mas, se até das cinzas surge a vida, por que do orgulho não pode surgir ainda a estima, a consideração, a amizade.
E todos levam consigo as coisas boas, mesmo que no oculto, e sofrem por não conseguir quebrar a parede
Se o muro não pode ser quebrado, pode ser ao menos feito uma brecha pra consertar o que foi desastre do outro lado
Os dias passam, como as noites e tudo é sempre igual, anormal, imoral e injustificável
Cicatrizes abertas envolvem meu corpo pálido, que se estica pelo chão da área
O frio que toma conta, já faz parte do que sou, e o fogo que dele provém
Sangue, dor, tristeza e um coração chagado pelo veneno de seus lábios
Que ainda corrói minhas vísceras que queimam e se consomem
Agora que tudo é cinza, sinto uma força que vem de dentro
E acende a vela que se acabou, e se reconstrói
Assim, a vida recomeça...
texto de 18/10/07
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